sábado, 25 de janeiro de 2014



Bem que as paixões de ônibus poderiam dar certo. Aquelas pessoas que não trocam nenhuma palavra, que poderão nunca mais se ver, mas que mesmo assim estabelecem uma ligação única dentro de uma viagem que fisicamente pode durar 2, 5, 27 minutos e 34 segundos ou até uma hora, mas que para aqueles dois dura uma eternidade única. Uma história bonita, vivida no universo paralelo. Ele um vendedor de guarda-chuvas que usa uma cartola verde e gosta de olhar para os céus, ela uma amazona corajosa, montada num alazão branco e imponente, que vive a perambular por aí salvando as cidades de serem atacadas pelo desamor. Enquanto se olham, ambos viajam pelo mais lindo e verde vale, se amam ali em silêncio, parecem se conhecer de um passado longínquo porém bem vivo. O silêncio é quebrado pelo som do sinal de parada, o mundo se dissolve feito gelo derretido, um dos dois desce, a história acaba, agora é aguardar a próxima parada, o próximo ônibus, o próximo cúmplice. - Gabriel Oliveira 

Nenhum comentário:

Postar um comentário